Resumo:
As dificuldades orçamentárias por que passam as instituições federais de ensino no Brasil
exigem estudos que busquem entender a dinâmica do processo de gastos e do seu
financiamento. Este trabalho tem como objetivo geral é medir a evasão e a retenção nos
cursos de Universidades Federais no período entre os anos 2012 e 2016, verificando o
efeito de algumas variáveis sócio demográficas e os seus impactos sobre o financiamento.
Este, é, então, baseado no indicador aluno equivalente, que considera a quantidade de
alunos diplomados e o percentual de alunos retidos. Este último tem como base valores
padronizados por áreas de cursos e que não reflete as peculiaridades dos cursos no que
tange à localização geográfica e aos aspectos sociais. Assim, foram analisadas a evasão,
a retenção e a relação de financiamento (razão do número de alunos equivalentes pelo
estoque de alunos) a partir de um modelo de regressão utilizando-se os microdados do
censo da educação superior de 2012 a 2016, divulgados pelo Inep. Do lado positivo, os
resultados mostraram que a evasão e a retenção são reduzidas e a relação de
financiamento aumenta com a participação dos alunos em programas de reserva de vagas.
Do lado negativo, os cursos noturnos contribuem para o aumento da evasão e da retenção
e a diminuição da relação de financiamento. Há variações dos resultados para regiões,
anos e peso do grupo em que se localizam os cursos, em conformidade com a tabela
Andifes. Quando se observam os resultados no conjunto, a Região Norte apresenta os
piores resultados e os cursos de peso de grupo 4,5, como Medicina e Odontologia,
apresentaram as menores taxas de evasão e retenção. Confirmou-se também que o
aumento da evasão e da retenção diminui a relação de financiamento.